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02 julho 2011

É chegada a hora

 




Quando era pequena eu e minha família sempre viajávamos nos finais de ano para passar as férias e o natal com a família da minha mãe. Devido à falta de dinheiro e por ser uma cidade distante, essa viagem só era possível uma vez ao ano nas férias prolongadas de dezembro. Demoravam aproximadamente seis horas para chegarmos à casa dos meus avós. Eu e minha irmã adorávamos ir lá para ficar com nossos primos e parentes, era sempre uma diversão e uma alegria geral.
Certa vez quando já estávamos de férias, decidimos ir até lá como de costume e até antecipamos uns dias depois de ficarmos sabendo que meu avô estava internado e não estava muito bem.
Ao chegarmos lá apenas meus pais puderam visitá-lo, pois eu e minhas primas ainda éramos muito novas e não tínhamos idade suficiente para entrar no hospital.
Eu e minha irmã havíamos juntado um pouco de dinheiro antes de viajarmos e estávamos pensando em usá-lo para comprar algumas coisas e montar uma cesta de café da manhã para levarmos para ele. Não era muito dinheiro, mas já dava para comprarmos várias coisas para a cesta, pois naquele tempo não era tudo tão caro como hoje em dia. Tínhamos aproximadamente nove reais, se me lembro, e apenas moedas. Como minha irmã já tinha alcançado idade suficiente para entrar no hospital, decidimos junto com minhas primas que ela iria entregar a cesta e visitá-lo. Um dia antes da visita fomos ao mercado com nossa prima e conseguimos comprar vários alimentos, entre eles, bolacha, goiabada, suco e outros. Não sabíamos se ele poderia comer esses tipos de alimentos, mas queríamos demonstrar nosso amor e carinho por ele e a saudade que sentíamos, já que eu e minha irmã não o víamos há um ano. Colocamos todos os alimentos em uma cesta e enfeitamos com um embrulho de celofane, ficou muito bonita e estávamos ansiosas para entregá-la.





No dia esperado posterior ao dia em que a fizemos, logo pela manhã, recebemos a má notícia que meu avô não havia resistido e havia falecido durante a noite. Foi um dia muito triste e desanimado para toda a família. Até não vê-lo, eu e minha prima ainda não estávamos chorando, mas quando olhamos para ele e vimos sua fisionomia estável, ereta sem nenhuma expressão, não agüentamos e desabamos em lágrimas, quase que desesperadamente. Não consegui sair de perto dele por horas e não queria me separar e deixar de observá-lo nesse último momento que tinha. Parecia que o mundo tinha desabado e uma densa e enorme onda de lágrimas e tristeza passou por meus olhos. Não conseguia acreditar e para de lamentar. Era mais forte que eu e estava me derrubando e desanimando totalmente, e nada podia me animar, pois aquela dor era muito forte devido à cena e a imagem dele presenciada naquela sala.
Depois dessa maré de tristeza consegui me acalmar e me conformar. A cesta... não foi entregue, mas o que valeu foi a intenção, pois ele sabia o amor que tínhamos por ele e onde quer que ele esteja  tenho certeza que ele reconheceu essa demonstração de afeto e carinho da família que tanto o amou.

                                                      Por: Andressa Carolinne

 Beijos


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